O impacto da COVID-19 no comércio a retalho

O impacto da COVID-19 no comércio a retalho

Quando foi declarado o estado de emergência em Portugal, no dia 18 de março, as lojas físicas foram obrigadas a encerrar, à exceção do setor da distribuição alimentar e outros considerados de 1ª necessidade.

Neste contexto, o setor do retalho viu-se obrigado a assumir uma postura resiliente. As empresas que já se encontravam no digital, investiram mais nas suas lojas online, no entanto os pequenos negócios retalhistas e baseados no comércio local tiveram que estruturar um novo plano de ações para conseguirem sobreviver.

 

De acordo com o Jornal Público, no segundo trimestre de 2020, as vendas no comércio a retalho caíram 13,6% em termos homólogos.

 

Boost do e-commerce

A nível europeu, um dos maiores efeitos da pandemia foi o crescimento do comércio online.

De acordo com os dados do Eurostat, depois do aumento de 3,5% em fevereiro de 2020 do volume do comércio de retalho pela Internet, em relação a janeiro, esse valor continuou a crescer em março. No entanto, a diferença não foi tão significativa, sendo pouco mais de 2%.

 

A realidade muda de figura quando analisamos os valores em relação ao mesmo período do ano passado. Num ano, verificou-se um aumento de quase 12% do volume de compras online, quando já em fevereiro de 2020 esse crescimento foi de 10,8%.

Rui Reis, gestor de produto da GfK, afirma que “o online continua a crescer de forma extraordinária e quase compensa a queda do mercado total”. “Já representa um terço do mercado, está a mudar-se o paradigma”.

 

Reestruturação do negócio

Alexandra Portugal Gomes, Associate do Departamento de Research da Savills Portugal, refere que “toda a cadeia de distribuição de produtos, desde o primeiro elo do processo até à entrega ao consumidor, está neste momento a ser repensada. A Covid-19 vai deixar-nos lições importantíssimas sobre o ponto vista comportamental do consumidor, que passam invariavelmente por questões como diferenciação do produto, tempos de entrega cada vez mais curtos, ‘customer services’ altamente personalizados e com sistemas de ‘tracking’ atualizados ‘on-point’, entre outros fatores”.

 

É caso para dizer que, mudam-se os tempos, mudam-se as empresas e os padrões de consumo.