Os 5 erros mais comuns das PME em cibersegurança

Os 5 erros mais comuns das PME em cibersegurança

Os 5 erros mais comuns das PME em cibersegurança

A cibersegurança deixou de ser um assunto apenas das grandes organizações. Na realidade, as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas estão hoje mais expostas do que muitos imaginam. De acordo com um estudo realizado pela Mastercard, envolvendo mais de 1.800 empresários na Europa, 79% dos empresários de PME em Portugal admitem sentir que têm falhas na proteção contra ciberataques.

Além disso, quase metade (49%) reconhece não ter competência suficiente para se defender, o que demonstra uma fragilidade preocupante no panorama digital nacional.

Por outro lado, na União Europeia, um relatório da Marsh revela que os controlos de cibersegurança das PME estão, em média, 15% abaixo dos que são implementados pelas grandes organizações — ou seja, as PME alcançam pontuações médias de cerca de 65% de implementação, contra 80% das maiores empresas.

Assim, estes dados lançam um alerta claro: a dimensão da empresa não é uma barreira à ameaça — pelo contrário, pode ser um fator que agrava a vulnerabilidade.

Neste contexto, e tendo em conta a crescente digitalização dos processos empresariais, é essencial adotar uma postura preventiva. Neste artigo, vamos identificar os cinco erros mais comuns em cibersegurança nas PME, explicando por que acontecem e como podem ser evitados com medidas claras, acessíveis e eficazes.

1- Falta de formação e consciencialização dos colaboradores

O elo mais fraco da cibersegurança continua a ser o humano.
Muitos colaboradores não estão preparados para reconhecer um e-mail de phishing, identificar websites falsos ou criar palavras-passe seguras.

De acordo com a IT Security, a falta de formação contínua é uma das principais causas de incidentes nas PME portuguesas. Um simples clique num link malicioso pode comprometer toda a rede da empresa.

Como evitar:

    • Promova formações curtas e regulares sobre segurança digital.
    • Crie campanhas internas de sensibilização com exemplos práticos.
    • Incentive a verificação de e-mails suspeitos antes de clicar.

2- Software e sistemas desatualizados

Sistemas operativos e programas sem atualização representam uma porta aberta aos cibercriminosos.
A SEIC alerta que ignorar atualizações é um dos erros mais comuns nas pequenas empresas — e também um dos mais simples de resolver.

Cada atualização de software inclui correções de vulnerabilidades que, se não forem instaladas, deixam o sistema desprotegido.

Como evitar:

    • Ative as atualizações automáticas sempre que possível.
    • Mantenha antivírus, firewall e ERP atualizados.
    • Faça auditorias técnicas regulares com o apoio de especialistas.

3- Senhas fracas e ausência de autenticação multifator

O uso de senhas simples como “123456” ou “empresa2024” é mais comum do que se imagina.
A Marsh indica que a autenticação fraca é um dos controlos menos implementados nas PME europeias.

A autenticação multifator (MFA), que combina palavra-passe e código de verificação, é uma das formas mais eficazes de evitar acessos não autorizados.

Como evitar:

    • Crie uma política interna de senhas fortes e únicas.
    • Utilize MFA em todos os acessos críticos (e-mail, ERP, cloud).
    • Atualize senhas regularmente e evite partilhas entre colaboradores.

4- Falta de backups e plano de recuperação

Um ataque de ransomware pode paralisar uma empresa durante dias.
Mesmo assim, muitas PME continuam sem um sistema de backup estruturado nem testam a recuperação dos dados.

Como refere a SEIC, “um backup que nunca foi testado é como um extintor vazio — só descobrimos que não funciona quando é tarde demais.”

Como evitar:

    • Realize cópias de segurança automáticas e frequentes.
    • Armazene pelo menos uma versão offline ou em local externo.
    • Teste o processo de recuperação de dados regularmente.

5- A crença de que “somos demasiado pequenos para ser alvo”

Este é talvez o erro mais perigoso.
O Jornal Económico destaca que a cibersegurança das PME na União Europeia está 15% abaixo da das grandes organizações. Essa lacuna torna as pequenas empresas alvos fáceis de ataques automatizados.

Os cibercriminosos não escolhem as vítimas pelo tamanho, mas pela vulnerabilidade.
Um simples servidor mal configurado ou uma password reutilizada podem causar prejuízos elevados.

Conclusão

Em suma, os números falam por si — tanto em Portugal como na Europa — e apontam para uma realidade que muitas PME ainda não enfrentam com toda a seriedade:

    • 79% dos empresários portugueses de PME admitem ter falhas de proteção digital.
    • As PME europeias estão, em média, 15% atrás das grandes empresas nos controlos de cibersegurança.

Corrigir os cinco erros aqui identificados não é apenas uma questão técnica — é uma questão estratégica. Afinal, cada PME faz parte de uma cadeia de valor e de um ecossistema económico que depende da sua resiliência digital. A AETICE reforça o convite: transforme a segurança digital numa prioridade, motive a sua equipa e adote práticas simples mas eficazes. O risco existe — agora ainda mais — e a prevenção começa hoje.

Fonte: IT Security; Jornal Económico e SEIC